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Espiritualidade e Bioenergias VÉRSUS Psicanálise e Filsoofia
Publicado em: 13 de dezembro de 2010, 13:19:38  -  Lido 5932 vez(es)



> Perguntaram na semana passada em http://formspring.me/LazaroFreire
> Depois que você começou a estudar filosofia e psicanálise, como
> ficou sua relação com a espiritualidade, as bioenergias,a
> assistência energética e a projeção astral? Você ainda dá atenção
> para isso, e busca aperfeiçoar-se nestas áreas, ou (deixou de lado
> por ter se tornado psicanalista e filósofo)?


São coisas cada vez mais naturais em minha vida - e, portanto, menos "religiosas". A última projeção astral foi ontem [quarta, 8/12/10], aqui na clínica, numa meditação entre sessões. A última palestra em centro espírita foi domingo [5/12/10], no Arujá, em uma casa que recebe até 300 pessoas por sessão [http://www.fraternidadedaluz.com.br]. A ultima "assistência" foi hoje, nos atendimentos de clínica social que pratico em meio aos meus atendimentos regulares. Não preciso mais fazer propaganda, doutrina ou venda de curso disso, pelo menos nesse momento, por terem se tornado coisas naturais, imanentes, e não mais uma bandeira ou causa de denominação religiosa. Posso entrar em sintonia na capela cristã da faculdade, ou no templo budista, ou no IPPB, ou em meu divã, ou em lugar algum. Vejo o tudo no nada e vice-versa, e isso é tão importante que chega a ter importância nenhuma, ou o contrário. Difícil traduzir em palavras.

Dou risada - hoje mais silenciosa e compreensiva - de quem separa essas coisas, ou de colegas meus que acreditam que, por eu ter me tornado (também) filósofo e ou psicanalista, eu de algum modo "deixei de dar atenção" as tais "essas coisas", como se a graduação ou o discernimento transformassem os "antes" espiritualistas em uma espécie de hereges por, como Zaratustra, amar a vida aqui agora e não mais "lá depois". Às vezes nos enxergam como se quem largasse a fantasia tivesse imediatamente desaparecido em uma curva da estrada, como se a vida só pudesse se dar na infância e ilusão, como se a ausência dessas aparências, divisões, crendices (e condenações) que fazem fosse um certo "ateísmo". Lembro imediatamente da saída da adolescência, e penso, compreeensivo, que tudo e todos tem seu tempo. Se eles precisam viver em uma certa fantasia, como já vivi, não posso exigir deles o que não são, e que me vejam do forma diferente. Sem arrogância, compreendo melhor o momento do divino de cada um.

Em todo caso, explico que não há a "incompatibilidade" que tentam criar: Psicanálise e Transpessoal tratam de inconsciente, terreno onde ocorre também o fenômeno do "inexplicável". Não é uma negação, ao contrário, dizer "inconsciente" é exatamente sair da discussão das supostas causas e teologias, realizando uma certa "epoché fenomenológica", ou seja, suspendendo temporariamente o juízo para mais ouvir o que as vozes e sonhos tem a dizer do que se perder na discussão do que ou quem as teriam causado. Na minha visão, junguiana, winnicottiana e wilberiana, aproximar-se da psique (alma em latim) de modo algum afasta de uma possível "espiritualidade". Pelo menos não daquilo que constitui sua essência, além de credos e projeções humanas. Ao contrário, talvez esta se expresse melhor com menos fantasias.

Quanto à filosofia, cito uma frase neoplatônica por demais verdadeira:

"Um pouco de filosofia leva ao ateísmo. Muita filosofia nos reconduz a Deus".

Quem já se viu diante da nadificação sem sentido escutou, no silêncio do nada, o tudo de Deus. E este, em geral, se calou. Não sem sorrir sem ninguém perceber.

Uma vez tentei explicar isso em palavras, após uma experiência de fusão ao [tod...] "nada", mas evidentemente, não consegui:
http://voadores.com.br/site/geral.php?txt_funcao=colunas&view=4&id=344

Tudo fica estranhamente mais simples e natural. Sei que muitos me olham, imaginam, julgam e não se conformam: alguns até me acusam e difamam, não entendo bem o porquê. Alguns escrevem mensagens dizendo como eu deveria ser, outros fazem campanhas para que tenham cuidados comigo. E, curiosamente, nenhum deles acompanha de fato minha vida - sequer a externa, imagine então a interna ou espiritual.

Tanto faz, muitos antes passaram por aqui, e nao faz diferença o que eu achava deles antes de entender. Vale o mesmo sobre mim. Está tudo certo, e o vazio está pleno de Deus. Se um de nossos instrumentos se calar, tudo é música ainda assim. Valeu viver até aqui, estou feliz com o que já pude receber, ensinar e perceber. Não sou nada, sei cada vez menos, minhas crenças anteriores apenas me ajudaram a chegar aqui, e ao mesmo tempo tudo faz cada vez mais sentido, em Amor e em Paz. Muitos que foram além de mim deixaram o planeta em silêncio. Aposto que sorriam, também.

Láz

 


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Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br


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