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Como identificar sincronicidades no campo amoroso?
Publicado em: 13 de dezembro de 2010, 12:49:47  -  Lido 5932 vez(es)



> Perguntaram em http://formspring.me/LazaroFreire
> Como posso identificar sincronicidades no campo amoroso?
> Quando temos certeza de que algo vai acontecer isso é uma
> sincronicidade?

Para Jung, sincronicidades são coincidências SIGNIFICATIVAS, de teor simbólico. Coincidências cujo conteúdo não tenha grande importância ou impacto dificilmente são sincronicidades, como tratadas por Jung. É pouco provável que o universo se movimente inteiro apenas para mostrar alguma curiosidade irrelevante em relação à pessoa que amamos. É mais provável que, nesse caso, estejamos inconscientemente atentos a "sinais" menores, e propensos a darmos excessivo valor aos mesmos, por motivos óbvios inerentes à paixão.

É importante também termos discernimento para não acharmos que tudo no universo - até a placa de carro 1234 à nossa frente - seja um recado direto do Criador para nós. Isso costuma ser mais típico do delírio auto-referente, uma compensação psíquica de uma baixa-auto-estima ou sensação de inferioridade: (se o universo inteiro fala comigo, se as horas do relógio me dão recado, se os carros se alinham na avenida para que EU, o centro, observe a sequência de suas placas e coincidências numéricas, então EU devo ser muito importante...). Sincronicidade é outra coisa, uma série de eventos SIGNIFICATIVOS e acausais.

Não, uma convicção íntima - verdadeira ou não - não constitui uma sincronicidade, ou seja, uma série de coincidências significativas com interpretação simbólica no molde das que são possíveis em terapia, inconsciente e sonhos. Se sua convicção era improvável, e mesmo assim você "viu o futuro", pode ter sido outras coisas: premonição, dedução, idealização... No caso do amor, até mesmo um planejamento que lhe fez perseverar na busca de seu objetivo.

Quando conheci minha atual esposa, tive certeza íntima de que viveriamos alguma coisa mais adiante. Praticamente vi uma vida possível, e ainda não tinha motivos para isso. Não se tratou de sincronicidade, porém. Alguns poderiam chamar de premonição, mas eu prefiro chamar de "saudades do futuro". Eu sabia naquele momento que havia uma vida (possível) adiante. Mas isso não (necessariamente) teve nada de mágico, nem dispensou o meu (nosso) trabalho para que o relacionamento fosse possível.

Lázaro Freire
http://voadores.com.br/lazaro


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Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br


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