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* Aos que sofreram uma desilusão amorosa
Publicado em: 06 de janeiro de 2007, 21:34:09  -  Lido 5934 vez(es)



> Na LISTA VOADORES, uma assinante comentou:
> Recentemente, passei por um desilusão amorosa que me deixou muito,
> mas muito caída.
> Sinto uma dor que não sei identificar. Parece que dói no osso, só que nem
> sei que osso seria esse!!!
> O interessante é que gerei um desanimo impressionante.
> Parece que não consigo fazer nenhum dos exercícios que a Voadores ensina.
> Alguem poderia me ajudar?

Olá, amiga. Amor sempre vale. Toque em frente. Mas sem perder as lições:

1. Sobre sua Des-Ilusão:

Desilusão = Des+Ilusão = Sair de uma Ilusão.
Readiquirir senso de realidade.
Ver as coisas como são.
Não é algo ruim.

Em tese.
Porque é um Des+Amor também.
E Amor precisa ser semeado, Sim!
Mas nem sempre é colhido onde e como se plantou.

Amor anda em falta no real, precisa de um pouco de ilusão para germinar. É com ela que agimos no intangível de modo incondicional. Afinal, fazíamos por amor, em amor.

Talvez o Amor não seja algo individual, mas o que atua no coletivo.
Talvez a aparente injustiça que soframos aqui seja compensada de outro modo acolá.
Talvez seja como o amor que recebemos dos pais, que pagamos para os filhos, na vertical.
Talvez, como no debate da reencarnação que recentemente tivemos, o objetivo não seja fazer justiça ao nosso Ego, mas modificar um quantum amoroso coletivo que, em crescendo, certamente nos modificará também.

Então, talvez a Des+Ilusão só se dê no Ego pessoal, que cai na real.
Já o Amor, caiu no Real. Se auto-justifica, se paga em si.

Fica o aprendizado, tenha olhos para ver. É o amargo que nos dá a dimensão do doce. A decepção permite ver a extensão e generosidade de nossos sonhos bons. A lágrima que escorre do coração dói, pois contrasta com o quanto ele mesmo já sorriu - e assim revela o quanto é tão melhor vivermos o amor. É por ele, amor, que choramos.

Só não se esqueça que envolve dois - e isso inclui você. O amor que não damos é o mesmo que não recebemos. Amor não se recebe, não se conquista, não se sente: Se constrói. No caso, a dois.


2. Quanto à sua dor:

Dói no coração, no chakra cardíaco - que parece enrijecer, por mecanismo de defesa. Mas isso passa.
Pessoas com maior sensibilidade sentirão mais. Mas elas tem mais recursos para transformar a dor em lições.

O que dói é um cardíaco aberto, sutil; apertado por energias densas, que não encontraram plena expressão. Uma congestão fluídica. Isso passa também: Faça atividades de troca de energia, tais como:

- dar passes
- ministrar reiki
- dar abraços
- viajar com amigos
- fazer amor com quem lhe queira e/ou mereça
- brincar com crianças
- cuidar de bichinhos de estimação

Não é troca ou substituição; é compartilhamento do que está paralizado.
Amor não foi feito para coagular.

Às vezes, parece que levaram nosso amor embora. Não é verdade. Penso ser como a inteligência: algumas vezes, nos desgastamos para ajudar alguém a resolver um problema, ficamos exaustos, aproveitam de nossas idéias ou estudos, e no fim a pessoa não é grata. Mas ela não levou nossa inteligência, apenas o fruto de nosso raciocínio. Não construirá seu próprio discernimento agindo assim, e a vida cobrará coerência ao que ela levou. Após alguns dias, nós teremos a capacidade de resolver problemas, e um dhama. Ela, não.

Com o Amor é a mesma coisa. O Amor era nosso, e estará aqui. Não o levam embora, não há como. Era o nosso, apenas compartilhamos. Levaram seus frutos, e não a capacidade de amar. Nós é que crescemos por Amar. A vida é amor, somos frutos dele, Deus é Amor. Ir contra o Amor, talvez, seja ir contra a vida e seu fluxo. O outro também se modificou, e se colheu karmas ou dharmas com isso é o seu processo, não nos cabe julgar - chegamos aqui por amor.

O resto, o tempo conserta. Não é vingança ou cobrança, é psicanaliticamente matemático: Não há como o erguido pelo amor prosseguir do mesmo modo esperando ser sustentado pelo que negou. Afinal, suas escolhas antigas não foram fruto do acaso, mas de seu próprio processo inconsciente. Este muda sim por atitudes e consciência, mas não por descasos, injustiças, reações e agressões ao amor - ao contrário. Não é "karma", ou pelo menos não só: Sem o que lhe dava centro e apoio, a possibilidade de voltar a repetir padrões antigos, ou de encontrar o oposto extremo daquilo que rejeitou é grande.

É por isso que, de mil escolhas possíveis, quem nos injustiça escolhe sempre o que / quem mostrará no futuro quem realmente eramos nós. Vem alguém que repete o passado, os pais, ou quem inverte papéis. Parece mão de Deus, ironia do destino, praga, mas tem explicação. Não se chega ao certo errando, pelo menos não sem consciência.

Sente e espere. O tempo mostra quem é quem. Mas sem intenção de vingança - lembre-se que chegamos nisso... por Amor! A vingança espiritualista é crescer muito, amar muito, e lá adiante nem sequer (precisar) lembrar o que perdoar. Pelo mesmo mecanismo, nossos padrões de amor nos trazem... Amor. É o nosso processo e colheita. O da outra pessoa, é o dela, terá seu tempo. Estamos falando em Des Ilusão.


3. Sobre sua depressão:

Quanto à depressão, justificada, busque ajuda médica ou psicanalítica se não conseguir lidar. Não é justo que, além de perdermos o Amor e os sonhos, ainda precisemos pagar juros, com nossa alegria em viver.

Há uma receita básica para lidar com depressão: Prazer. Poderia explicar com Id e Superego, ou mesmo modelos mais complexos que os freudianos, mas, em resumo, depressão envolve perda de prazer, e vai embora na medida em que no permitimos reencontrar aquilo / aqueles que nos dão prazer.

Prazer não substitui seu Amor, nada substitui. Nem a depressão.
Mas enquanto você não compreende que seu Amor nunca se foi, você viverá melhor. E sem a depressão.


4. Quanto às práticas apropriadas para este período:

Há exercícios para o cardíaco que podem ser úteis. Em uma grande desilusão amorosa do passado, tive grande sucesso vibrando o mantra "ARUNDHATI" dentro do peito, imaginando ondas de amor e paz, ao mesmo tempo em que tirava o foco do mental.

Frequentar atividades espiritualistas e conscienciais saudáveis também ajuda, pois você se beneficia da troca coletiva, e da sintonia / egrégora dos lugares, mesmo quando individualmente não está tão bem.

Sugiro também leituras apropriadas para este tipo de momento, como os livros do Osho, ou outros que falem de amor e desapego. No Brasil, o Shiniashiki e o Valcapelli também tem boas contribuições ao tema.

Outra opção são livros que elevem o padrão vibracional, ou a uma maior compreensão do inconsciente. Um bom momento para enfim levar a sério a leitura de livros como o Autobiografia de um Yogue (Yogananda), do O Homem E Seus Símbolos (Jung), ou das Obras de Andre Luiz (traduzidas para o portugues dos dias de hoje pela Maisa Intelisano), dependendo do gosto ; ou de outros livros que recomendamos.

Entretanto, as melhores práticas que posso recomendar para o momento são duas, e já as detalhei acima:
- Permita-se outras trocas, saudáveis, conscientes, para que seu amor não lhe fira - ele não é arma, e muito menos suicida.
- Afugente a depressão reencontrando o seu princípio de prazer. Que não precisa estar projetado em alguém, com excessão de uma única pessoa: Você mesma.


Láz
(Que mesmo "sabendo" disso, também erra, aprende, e às vezes é visto - como agora - deixando escorrer uma lágrima "sentida" do coração. Ainda bem: Amor "É". Amar valeu.)


"Aprender é descobrir aquilo que já se sabe.
Fazer é demonstrar que você o sabe.
Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você.
Somos todos aprendizes, fazedores, professores.
Você ensina melhor o que mais precisa aprender. " (R. Bach)

http://migre.me/ORE


--
Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br


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